As diferenças e o preconceito

Rogério Antônio Lopes

Preconceito geralmente é definido como sendo um "juízo" preconcebido, e manifestado na forma de uma atitude “discriminatória” perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos".
Costuma indicar desconhecimento “pejorativo” de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são: social, racial e sexual.
Esse conceito embora simples consegue alguma amplitude, e ao mesmo tempo evidencia um certo “preconceito”  com o “preconceito”,ou  seja, o desconhecimento não precisa necessariamente ser pejorativo, isso está na subjetividade de cada um.
O “preconceito” portanto não é algo ruim, é apenas um conceito sobre um objeto que não se conhece plenamente, como nenhum de nós jamais conhecerá tudo completamente, pode-se concluir que o “preconceito” sempre fará parte do caráter do indivíduo, sem que isso lhe imprima algum rótulo negativo ou depreciativo.
Logo o preconceito é absolutamente normal e chega mesmo a contribuir socialmente, na medida em que acaba sendo fomentador do conhecimento diante de perspectivas novas e desconhecidas.
Nem sempre a ideia que se faz sobre aquilo que não se conhece (totalmente) é equivocada. Julgar com base nas aparências e em sinais exteriores não significa preconceito no sentido pejorativo (pode no máximo se tratar de um açodamento), ainda mais quando o seu protagonista ao perceber o eventual equívoco reconsidera o “juízo” prévio.
Quando o Dr. Enéas Carneiro, ao responder um questionamento no programa Roda Viva afirmou que se houvesse a “generalização” do homossexualismo isso representaria a extinção da espécie, não estava sendo preconceituoso ou criticando a homossexualidade, apenas declinou uma constatação (improvável é verdade) científica no sentido de que a reprodução humana “nesse caso” ainda não superou as barreiras científicas para se viabilizar, entanto foi hostilizado como sendo preconceituoso.
Na verdade vivemos em um tempo onde a palavra “preconceito” perdeu seu sentido, sendo banalizada, vulgarizada e vítima do seu próprio vórtice, tornou-se praticamente sinônimo de opinião, desde que a parte contrária na discussão não concorde com o emissor, ou seja, hoje são os intolerantes que mais se utilizam desse argumento (o preconceito) como se todos fossem obrigados a aceitar qualquer coisa e sequer questionar conceitos.
É preciso muito cuidado e critério na questão do preconceito, ele é um feitiço que pode acabar “virando contra o feiticeiro”, quando Robespierre mandou decepar a cabeça de Danton estava também decepando a sua própria, aliás como previu Danton, mas Robespierre não teve humildade nem sabedoria para compreender o momento em que vivia.
Parece que ainda não apreendemos com a devida clareza o significado de liberdade, igualdade e fraternidade...e nem de limites.

Rogério Antônio Lopes é delegado da Polícia Civil
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