ARTIGO: Desafios aos prefeitos e prefeitas eleitos e reeleitos



Prefeitas e prefeitos eleitos ou reeleitos vitoriosos nesse incomum processo eleitoral de 2020 terão a honrosa e difícil missão de trabalhar pelos moradores das suas cidades. Parabéns pela bravura de colocar seus nomes à disposição da população. Há de ter coragem nas veias e amor no coração para encarar essa missão.


Ao que tudo indica o quadriênio (2021-2024) deve ser um dos períodos mais desafiadores das últimas décadas. Cada um dos 399 municípios paranaenses tem demandas distintas, muitas que se arrastam há anos.


Presumo que as senhoras e senhores já identificaram os principais e mais urgentes problemas. A própria corrida eleitoral serve como um excepcional laboratório para ouvir a população e mapear essas reivindicações.


Porém, sobretudo no próximo ano, haverá novos fatores que se somarão às adversidades já identificadas. Ao tomar posse daqui um mês, os gestores municipais terão que lidar com a queda da arrecadação de impostos causada pela pandemia do coronavírus, o aumento do desemprego, o fim do auxílio emergencial do governo federal e a demanda reprimida nos serviços de saúde. Uma equação perversa ampliada pela crise econômica.


Como sabem, não há atalhos ou fórmulas mágicas para solucionar os problemas que a população tanto anseia. No entanto, a experiência e os anos de vida pública nos indicam caminhos que podem auxiliá-los. Julgo que existem cinco conceitos essenciais para o dia a dia da gestão municipal: planejamento, trabalho em conjunto, transparência, eficiência e criatividade.


Planejar com bom senso para definir aonde querem chegar, cidades de sucesso são aquelas que se especializam; unem esforços com outras prefeituras, outros órgãos e com a iniciativa privada e adotem a transparência nos processos para evitar a corrupção. Já a eficiência na gestão permitirá que façam mais com menos e a criatividade resultará em idéias e soluções inovadoras para o serviço público.


Utilizem a estrutura institucional da Associação dos Municípios do Paraná e suas regionais, qualifiquem seus servidores, fortaleçam os consórcios intermunicipais das suas regiões e contem com a Assembleia Legislativa e os deputados para auxiliar nas demandas. Acionem sempre que necessário os seus representantes em Curitiba ou em Brasília.


Há uma regra não escrita no meio público – que serve tanto para a capital paranaense quanto para a capital federal – que diz que: “sempre há recursos para bons projetos”.


Ou seja, caros prefeitos e prefeitas, um projeto bem construído, com valores dentro do mercado e benefícios reais para a população sempre encontrará financiamento, sejam recursos estaduais, federais, internacionais ou da iniciativa privada.


Cito aqui um exemplo recente de uma solução que uniu conjugação de esforços, com criatividade e eficiência. Há poucos dias, apresentamos ao governador Ratinho Junior (PSD) o projeto executivo de uma ponte sobre o rio Ivaí ligando as cidades de Santa Cruz de Monte Castelo e Ivaté, no Noroeste. Uma demanda histórica e necessária da região. O documento entregue ao governador e ao DER custou R$ 300 mil e foi resultado de uma parceria entre as duas prefeituras e a cooperativa Cocamar.


É o primeiro passo para a construção de uma obra essencial para o crescimento das cidades e regiões. A ponte vai substituir uma balsa que opera na travessia, facilita o escoamento da produção agrícola, reduz o tempo das viagens e cria um novo eixo de desenvolvimento no Noroeste. Hoje, o caminho pela estrada faz uma volta até Umuarama que aumenta o percurso em 60 quilômetros.


Muitas vezes deve-se “ignorar” os limites municipais, deixar de lado rixas locais e trabalhar em conjunto para construir soluções que beneficiem a população. Afinal, a política só vale a pena se for para mudar a vida das pessoas.


Luiz Claudio Romanelli, advogado e especialista em gestão urbana, é deputado estadual e vice-presidente do PSB do Paraná.

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