Diante
 de uma flagrante operação para impedir até a realização de uma 
audiência pública para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 
410/2018) que insere claramente no texto constitucional a possibilidade 
da prisão após condenação em segunda instância, o relator da matéria, 
deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR), condenou nesta terça-feira (08) o
 que chamou de “blindagem” na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) 
para barrar o andamento da matéria.
Na
 reunião de hoje, os membros do colegiado aprovaram em votação simbólica
 requerimento do deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) para retirar de 
pauta o pedido de debate, que tinha como convidado até o ex-ministro 
Sepúlveda Pertece, advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A
 situação provocou a reação de Bueno, que anunciou que mesmo que a 
comissão não queira analisar a PEC, vai apresentar seu relatório nas 
próximas semanas.
“É
 evidente que aqui está claro a blindagem diante de um assunto como 
esse. A blindagem ao mundo do crime para favorecer grandes advogados. 
Tudo isso para que os criminosos que tenham muito dinheiro possam chegar
 ao Supremo e lá verem prescrever os seus crimes. É isso que nós estamos
 discutindo. Isso é algo de muita importância para o país e é nosso 
dever agir. Não podemos nos omitir diante do que está acontecendo no 
Brasil”, criticou o parlamentar.
Se
 dirigindo ao presidente da CCJ, Daniel Vilela (MDB-GO), que é favorável
 ao debate, o relator criticou os deputados que quebraram um acordo para
 a realização da audiência pública. “Estou vendo aqui a quebra de um 
acordo que nós fizemos na sua sala para a apresentação de um 
requerimento de audiência pública. Naquela ocasião não houve nenhuma 
contestação. Diante disso, e vendo aqui que acordo só funciona quando há
 interesse de um lado ou de outro, mas não aquele de interesse público, 
eu quero deixar claro que neste momento eu retiro o requerimento de 
audiência pública, vou estudar o relatório e apresentá-lo publicamente, 
mostrando que aqui se quer blindar criminosos, blindar aqueles que tem 
dinheiro”, reforçou.
Lembrando
 que já existe decisão da Presidência da Câmara permitindo a tramitação 
de PECs durante a intervenção federal no Rio de Janeiro, o deputado 
ainda argumentou que nesta quarta-feira será instalada comissão especial
 que analisará as emendas do fim do foro privilegiados. “Sou autor de 
uma das propostas sobre esse assunto. Hoje nossa Constituição diz que 
todos são iguais perante a lei, mas temos uns 55 mil privilegiados que 
tem foro especial. Amanhã está sendo instalada a comissão. Isso está 
acontecendo naturalmente. E aqui na CCJ querem impedir o andamento da 
PEC da segunda instância”, criticou.
FONTE: ASSESSORIA DE IMPRENSA

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