Morte na Santa Casa revela falso médico que atuava no Paraná

A Polícia Civil investiga o caso de um falso médico que atuava na Santa Casa de Uraí (26 km a oeste de Cornélio Procópio), no Norte Pioneiro. O homem, de identidade desconhecida até o momento, usava o registro médico de um profissional de Curitiba, residente no Hospital Evangélico. A fraude foi descoberta após denúncia de familiares de um homem de 44 anos, que morreu após ser atendido pelo suposto médico. 

A vítima deu entrada no hospital por volta das 18h do dia 9 de agosto, depois de sofrer um acidente de trabalho. O homem trabalhava ao lado de uma égua quando levou um coice e machucou a cabeça. Imediatamente, ele foi levado à Santa Casa, onde foi atendido pelo falsário. 

A irmã da vítima, enfermeira do hospital, desconfiou das atitudes do suposto profissional e, diante da constatação da morte de seu irmão, ocorrida na madrugada do dia 10 de agosto, decidiu registrar o boletim de ocorrência na delegacia de Uraí. O diagnóstico final emitido pela instituição de saúde apontou morte por trauma cranioencefálico. 

A partir de então, o delegado Damião Benassi Junior instaurou inquérito e descobriu que o falso profissional, na verdade, usava o registro de um médico da capital. "O número do CRM não condizia com a identidade dele, ou seja, o homem se passava por médico e realizava plantões em vários hospitais da região", explica. A suspeita, segundo o delegado, é de que o homem teria se formado na Bolívia e tentado aprovação no Revalida. "Como não conseguiu o registro, ele teria começado a atuar nesses locais ilegalmente. As instituições de saúde acabavam contratando-o em função das boas recomendações", completa. 

Ainda não há informações sobre quais hospitais o falso médico atuava, além da Santa Casa. Investigações preliminares apontam que os médicos costumavam trocar plantões com o acusado. "Ouvimos algumas pessoas e temos outras oitivas a realizar ainda nesta semana que devem fornecer mais informações", acrescenta. 

O médico de Curitiba foi convocado e compareceu à delegacia. Em depoimento, ele afirmou que nunca esteve em Uraí e apresentou todos os documentos que comprovam o seu exercício legal da profissão. 

Após a morte do paciente, o suspeito fugiu da cidade e não foi localizado. A Polícia Civil afirmou que a identidade dele ainda não está confirmada. O caso corre sob sigilo para preservar a identidade do médico alvo da fraude, bem como dos familiares do paciente. "Acredito que até semana que vem vamos identificá-lo e descobrir o paradeiro dele", pontua. 

Ainda não é possível apontar se houve culpa do falsário na morte do paciente. O Instituto Médico Legal (IML) deve entregar o laudo até amanhã. "Existe um acúmulo de trabalho na estrutura do Estado, por isso a demora na emissão do documento. Por enquanto, não podemos imputar nada sobre a causa do óbito", diz. 

O acusado deve ser indiciado por falsificação de documento público, falsidade ideológica e exercício ilegal da Medicina.

FONTE: Portal BONDE
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