Daniele Schatz abre o jogo e fala sobre processos contra ex Deputado Alexandre Guimarães

Daniele Schatz, moradora de Campo Largo que ficou conhecida nacionalmente pela autoria de ações populares contra o ex-deputado estadual Alexandre Guimarães, concedeu entrevista exclusiva ao Diário Metropolitano. A campo-larguense desistiu das ações movidas contra o ex-parlamentar e denunciou ao Ministério Público criminal dois advogados que estavam por trás das ações que tratavam dos pedidos de reembolso de despesas, feitos por Alexandre Guimarães à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), entre janeiro de 2015 e fevereiro de 2017. Na entrevista, Daniele revela toda a verdade e fala ainda sobre a adulteração - feita pelos advogados - das notas fiscais que foram apresentadas pelo deputado. Daniele também revela que foi induzida ao erro e usada pelos advogados como instrumento de vingança pessoal contra o ex-deputado.

Diário: Como começou toda essa história?
Daniele: A história começou com uma ex-funcionária do Alexandre que tinha sido demitida por ele. Eu era cliente dela e ela me pediu a gentileza de assinar as ações. Na verdade eu não sabia muito bem do que se tratava, pois eram questões jurídicas. Ela falou que era só uma assinatura para o Ministério Público dar continuidade e que seriam umas ações sem muita importância. Era só para incomodar um pouco o Deputado que, segundo ela, estava cometento atos contrários à lei. Foi aí que começaram as nove ações populares e a que mais repercutiu foi sobre os pedidos de reembolso de despesas com alimentação. A documentação que tivemos acesso na Assembleia foi através de uma liminar judicial. O irmão dessa ex-funcionária era o advogado responsável pelas ações populares e foram eles que conseguiram toda a documentação.

Diário: Eles tiveram acesso à documentação?
Daniele: O acesso às informações passadas para mim foram porque ela era funcionária do deputado. Ela tinha essas informações e falou que juridicamente estava incorreto, estava fora da lei, mas depois, no decprrer doa processos eu fiquei sabendo que não tinha nada de errado.na verdade, não teve nada fora da lei sobre a verba de ressarcimento.

Diário: No começo você foi chamada para assinar a documentação e nem mesmo sabia da repercussão que teria?
Daniele: As informações quem teve foram ela, a ex-funcionária do deputado. Eu apenas assinei as ações. A ‘coisa’ tomou uma proporção que eu nunca imaginava.

Diário: O que fez você voltar atrás e ir até o Ministério Público denunciar a situação?
Daniele: Uma que entendi que não tem embasamento jurídico nenhum. Tudo está respaldado pela lei. Pode ser que o povo considere imoral, mas é legal (verbas de ressarcimento). Não foi uma lei (ressarcimento na Alep) proposta pelo deputado. Isso já existia. Simplesmente ele usou a verba de ressarcimento como todos os outros 54 deputados. Como um direito deles. E outra, uma vingança pessoal acabou tomando essa proporção, atingindo ainda outros deputados.

Diário: Quando você desistiu das ações?
Daniele: Em agosto.

Diário: O que lhe fez chegar à conclusão de que tudo era uma vingança pessoal da ex-funcionária contra o deputado?
Daniele: No decorrer das ações eu acabei respondendo a processo criminal por fraude, adulteração de prova. E realmente teve. Aí que eu tive certeza que fui enganada. Quem fez todo o levantamento de CNPJ e valor das notas foi a ex-funcionária do deputado. Eles trocaram os nomes dos estabelecimentos nas notas.

Diário: Você também foi enganada nessa história?
Daniele: Sim. Eu assinei algo que... Em uma troca de gentileza ela me pediu para assinar as ações populares. Falou que tinha um monte de coisa errada, tanto é que a ação popular dos outdoors, quem era a responsável jurídica e técnica por isso na Alep, era ela. Por isso ela sabia que poderia ter irregularidades. O deputado não tem a obrigação de saber a parte jurídica. Se ele tem os assessores jurídicos para isso, acho que a falha foi da assessora.

Diário: Qual o seu sentimento depois de tudo isso?
Daniele: ‘Nojo’. Existia uma vingança pessoal por atrás disso. Agora as ações estão tendo fim.

Diário: Você chegou a falar com o ex-deputado sobre tudo isso?
Daniele: eu procurei por ele. Foi uma atitude minha.

Diário: O que toda a história das ações trouxe de prejuízo para você?
Daniele: Tentativa de suicídio... perdi clientes. Sou perseguida pela ex-funcionária.

Diário: Você tem medo das pessoas que lhe envolveram nessa situação?
Daniele: Tenho medo por mim e pela minha família.

Diário: O caso foi amplamente divulgado. As ações e divulgação delas na imprensa podem ter influenciado o resultado do ex-deputado nas urnas, na última eleição?
Daniele: Influenciou muito.

"Sobre a situação,  Alexandre Guimarães informou ao Diário Metropolitano que foi procurado por Daniele. Ela, por sua vez, teria pedido perdão para o ex-deputado e informado que pretendia desistir das ações por elas  fazerem parte, na verdade, de uma vingança pessoal da ex-funcionária de Alexandre Guimarães por não ter aceitado a exoneração do gabinete na Assembleia Legislativa do Paraná.
O ex-parlamnetar diz lamentar muito toda essa história e revela inumeras perdas na vida política, com a perda das eleições e também na vida particular. De acordo com ele, a ampla divulgação do caso afetaram, inclusive, o dia a dia de sua família. O filho mais novo, por exemplo, teria sofrido bullying na escola e precisou de ajuda psicológica.
Guimarães diz que já tomou providências na justiça e procurou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para denunciar a ex-funcionária e o irmão dela, que de acordo com Alexandre e Daniele, estariam por trás de todo o caso"


FONTE: JORNAL METROPOLITANO
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