Coronavírus: Mais de 500 mil idosos e adultos com problemas de saúde podem ser expostos a risco com a volta das aulas presenciais no Paraná



Mais de 500 mil idosos e adultos com doenças crônicas no coração ou pulmão podem ser expostos a risco quando os estudantes voltarem às aulas presenciais no Paraná, de acordo com uma estimativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O estudo leva em conta o número de pessoas do grupo de risco do coronavírus que moram na mesma casa que crianças e adolescentes em idade escolar, com base nas informações da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com as discussões sobre o protocolo de volta às aulas em andamento, ainda que sem data definida, segundo a Secretaria Estadual da Educação (Seed), famílias nesta situação temem o retorno das atividades presenciais.
"Não vou mandá-los para a aula. Não vou expor nem eles, nem minha mãe ao risco", afirmou a comerciante Larice Acosta, de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
Ela mora com o marido, os dois filhos adolescentes e a mãe dela, de 78 anos.
"Minha mãe é idosa e diabética. Desde o começo da pandemia ela e meus filhos estão direto em casa. Não acho que é seguro voltar, neste momento", afirmou.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), desde o início da pandemia, o Paraná registrou mais de 86.303 casos confirmados de Covid-19 e registrou mais de 2,2 mil mortes.
As estatísticas da Sesa apontam que os idosos representam 10% das pessoas infectadas pelo coronavírus no estado. No entanto, 73% dos mortos têm 60 anos ou mais.
Além disso, segundo a secretaria, 64% das pessoas que morreram de Covid-19 no Paraná tinham comorbidades, como hipertensão, doenças cardíacas crônicas e diabetes.

Retorno facultativo


Não existe uma data definida para o retorno das atividades escolares. Segundo a Seed, os pais e responsáveis podem solicitar que os filhos continuem tendo exclusivamente aulas remotas, mesmo quando as atividades presenciais retornarem.
A secretaria iniciou, na quarta-feira (5), uma pesquisa para questionar a preferência dos responsáveis.
"Já que existe a possibilidade de escolha, meus filhos não vão voltar. Vão continuar com as atividades online. Assim cuidamos do avô e da avó deles", afirmou Mari Stella Pillonetto, mãe de uma criança e de um adolescente que moram na mesma casa dos avós, de 70 e 75 anos.
De acordo com Mari Stella, nem os filhos, nem os pais dela saíram de casa, em Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, desde o início da pandemia.
Ela afirmou que os filhos estão sentindo falta da socialização com os colegas, mas, para ela, a mobilização para retorno das atividades não vale a pena.

O que dizem as escolas

Para a presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), Esther Cristina Pereira, a proposta de dar a opção de retornar ou não às aulas aos pais é uma forma de atender famílias em diferentes situações.
"É uma escolha dos pais, que vão avaliar o que é melhor para cada família", afirmou a professora.

Protocolo para a volta

De acordo com a Seed, a data exata de retorno será definida por critérios técnicos estabelecidos pelas autoridades de saúde. Em entrevista à RPC no dia 30 de julho, o diretor-geral da Secretaria da Educação, Gláucio Dias, afirmou que as aulas voltam em setembro, dependendo do avanço da pandemia.
O protocolo de retorno prevê que os alunos sejam divididos em grupos. Segundo o plano, as aulas devem acontecer de maneira híbrida, com parte das atividades online e outra porção das aulas presenciais.
Quando forem às escolas, o protocolo determina que os alunos se revezem no horário dos intervalos, do recreio e nas idas ao banheiro, para evitar aglomerações.
Dentro das salas de aula, os alunos deverão respeitar o distanciamento de 1,5 m e usar máscaras durante as aulas.
Segundo a secretaria, o protocolo foi discutido com representantes de escolas, pais, professores, Ministério Público do Paraná e outras entidades.
A presidente do Sinepe-PR, Esther Cristina Pereira, afirmou que as orientações sobre o novo protocolo já começou nas escolas privadas.
Remotamente, segundo ela, alunos estão sendo incentivados a assistir aos conteúdos usando máscaras, para se acostumarem com as medidas, por exemplo.
"As escolas estão orientando, mostrando aos alunos como pode ser feito um retorno seguro, mas como tem sido ao longo de toda a pandemia, é preciso que todos estejam comprometidos com as medidas", afirmou Esther.
Em todo o estado, são cerca de 1 milhão de alunos da rede estadual e mais 480 mil estudantes da rede privada.

Cálculo dos riscos

De acordo com o médico infectologista Jaime Rocha, as medidas visam diminuir a possibilidade de contaminação, e os responsáveis devem fazer um "cálculo dos riscos" quando for a hora das crianças e adolescentes voltarem às aulas.
"Se uma pessoa sai de casa para trabalhar e volta para casa ao final do dia, quem mora com com ela já está exposta a algum risco. Mas também é verdade que idosos têm maior risco de apresentarem complicações da doença. Cada família deve fazer um cálculo dos riscos e avaliar o que fazer", disse.
Segundo ele, é difícil apontar uma data segura de retorno. "Quem espera voltar quando existir risco zero precisa entender que isso não deve acontecer em nenhum momento, nem mesmo quando existir uma vacina", afirmou.



FONTE: G1 PARANÁ



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