Vereador cobra criação de creche no prédio do Seminário

O vereador Sebastião Vitral dos Santos Furtado (PMDB), Santinho Furtado, está inconformado com a notícia de que talvez o antigo prédio do Seminário dos Frades Capuchinhos, não seja transformado em creche. Na reunião ordinária da Câmara Municipal na segunda-feira, 12, Santinho cobrou uma resposta convincente do prefeito, já que o imóvel foi adquirido no ano passado, com dinheiro economizado pela Câmara para que o problema de vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil fosse saneado. “Agora vem a secretária municipal da Educação dizendo que o local não serve para atender crianças de zero a quatro anos. Quando sugerimos a compra, o prefeito e os vereadores visitaram o imóvel, e todos o acharam espetacular, ficam encantados, e foi calculado que ali poderia atender pelo menos 600 crianças”, disse salientando que a decisão pela aquisição do prédio foi unânime entre os vereadores. “Economizamos os recursos repassados à Câmara e fizemos a devolução deles à prefeitura com a condição de transformar aquele local em creche. O imóvel custou R$ 1.200 milhão”, comentou. “É inacreditável. Vou esperar o prefeito chegar de Brasília e marcar uma audiência com ele e com os vereadores. Quero que ele explique melhor essa decisão, porque o prédio está lá e os pais continuam nos cobrando vagas para seus filhos”, concluiu.
A secretária de Educação, Estela Garcia Noal explicou que a decisão de utilizar ou não o imóvel do antigo seminário como creche não é dela. “Não há nada decidido. O que há é uma ata do Conselho Municipal da Educação apontando uma série de problemas que o imóvel apresenta para atender crianças pequenas. Há uns 10 dias visitamos o local e vimos que para ser transformado em creche seria necessário uma série de adaptações”, explicou ressaltando que os cômodos são pequenos demais. “É preciso lembrar que atendemos também bebês que ficam em berços. Originalmente, o prédio é formado por quartos pequenos com banheiros. Isso sem falar na escadaria de acesso para o piso superior”, resumiu a secretária lembrando que a legislação faz uma série de exigências quanto aos locais onde crianças da Educação Infantil devem ser acomodadas. “Temos que cumprir a lei”, disse.
Com apenas 30 dias à frente da secretaria da Educação, Estela disse que costuma dividir responsabilidades com os integrantes do Conselho. “Eu não poderia autorizar ou não uso do prédio sem ouviro Conselho. Apontamos os problemas e o prefeito vai avaliar se faz as adaptações necessárias ou se utiliza o local para outros departamentos. A secretaria da Saúde já decidiu abrir uma Unidade Básica no imóvel anexo. Há inúmeras utilidades para aquele prédio, inclusive para a própria educação, mas com atendimento a alunos mais velhos”, disse. 
A pressa dos vereadores para que o local atenda a demanda da Educação Infantil vem da falta de vagas nas creches da cidade, mas a secretária ressalta que nesses casos é preciso cautela. “Além dos problemas estruturais já apontados, se resolvêssemos abrir uma creche hoje lá, ainda não seria possível. É preciso adquirir mobiliário apropriado para todos os cômodos e também eletrodomésticos para a cozinha. Por maior que seja, o local ainda não poderia abrigar 900 crianças como já foi falado, porque para isso, teríamos que ter pelo menos 200 servidores exclusivos para elas”, explicou Estela.
Uma outra opção, segundo a secretária, seria utilizar o terreno que faz parte do imóvel para construir uma Cmei. “O prefeito vai avaliar o que compensa mais: fazer as adaptações ou construir uma escola dentro dos padrões legais ali mesmo”, disse.
Em entrevista anterior, o secretário municipal da Saúde, Alexandre Levatti cogitou também a hipótese de a prefeitura reunir no prédio do antigo seminário, departamentos públicos que atualmente pagam aluguel na cidade. “Além da UBS, o prédio poderia abrigar órgãos públicos de atendimento á população, reunindo vários em um só lugar facilitando a vida das pessoas e fazendo economia ao mesmo tempo”, disse. 

TEXTO: Gladys Santoro
FOTO: Antonio Picolli
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