Ponto da CEI tem debate acalorado em Sessão de Câmara



Um pedido de quebra de prazo regimental para a contratação de um advogado para auxiliar na Comissão Especial de Inquérito (CEI) nas investigações de supostas irregularidades no Hospital São José causou um debate acalorado na Câmara Municipal de Carlópolis na noite da última terça-feira, 12. O pedido foi reprovado por quatro votos (Carlinhos, Idenilson, João Aparecido e Montagner) a três (Ivete, Rafaela e Damin), sendo que o Presidente da Casa de Leis só vota em caso de empate.
O Projeto de Resolução 01/2015 foi apresentado por três membros da mesa diretiva do Poder Legislativo (Humberto Benedito Rodrigues, Rafaela Carriel e Ivete Cuenca Machado) para agilizar o processo de investigação. No pedido de urgência dos representantes da Comissão Especial de Inquérito (Além de Rafaela e Ivete também faz parte Jorge Luis Damim) deve-se ao fato do Procuraror Jurídico da Câmara entregar por escrito um pedido para não participar, por sua filha ser a atual gestora do Hospital e ser parte interessada na situação.
Agora, o Projeto de Resolução segue os trâmite normais dos prazos regimentais para passar em todas as comissões. Durante o debate do pedido de urgência, a maior crítica entre os vereadores foi a ausência do parlamentar Márcio Antônio Furlan. “É a segunda vez que ele não participa da sessão. A primeira foi quando houve a votação da instalação da CEI e agora neste pedido de projeto. Irei solicitar por escrito uma justificativa dessas falta da sessão”, comenta o Presidente da Casas de Lei Humberto.
O vereador Aparecido Carlos de Camargo também criticou a postura da falta. “É muito estranho senhor Presidente. Numa sessão importante como esta e o representante da mesa não estar presente. É importante que seja verificada esta situação”, argumenta.
Na mesma sessão da noite de terça-feira os quatro vereadores também reprovaram o pedido de Humberto Rodrigues para enviar documentos ao Ministério Público com informações sobre o caso do Hospital.
O HOSPITAL
O Hospital Municipal São José era, até o final de 2012, propriedade da ABEC (Associação Beneficente Educacional e Cultural), ou seja, embora fosse uma associação beneficente, não era uma entidade pública, e não tinha nenhuma ligação com o município. No entanto, ao final de 2012, o município se viu forçado a intervir no hospital, pois este passava por enormes dificuldades financeiras, e passou a gerenciar o mesmo em parceria com a ABEC. Já no ano de 2013 por força de uma decisão judicial, a ABEC se retirou e o hospital passou a ser de fato e direito totalmente do município. Diante disso, o Prefeito chegou inclusive a contratar uma empresa para gerenciar o hospital, porém esta não realizou mudanças satisfatórias e teve seu contrato encerrado no ano passado. Até hoje, embora sem funcionamento regular, a administração vem sendo executada exclusivamente pelo município.
ENTENDA A CEI
No mês de abril foi aprovada por unanimidade (oito votos, o vereador Furlan não estava presente) a instalação da CEI. A base do pedido foi fundamentada no artigo 50 do Regimento Interno. É destacado que desde o ano de 2012 a administração do Hospital vem sendo feita pelo Poder Executivo, ou seja, a unidade hospitalar passou a ser municipal, não seria mais permitida a cobrança de qualquer natureza aos munícipes que viessem a usufruir do atendimento.
O requerimento ainda usa como base que após pedidos feitos pelo vereador Jorge Luis Damin, de cópias das prestações de contas dos últimos anos, constatou-se que existem recibos de pagamentos feitos por munícipes que necessitaram de alguma forma de atendimento e remédios. “Desta feita, denota-se a abertura desta comissão para apurar as verdadeiras condições destas cobranças e pagamentos ocorridas e observadas na prestação de contas do hospital”, esta no documento.
Na ocasião a vereadora Rafaela Carriel desabafou sobre a situação que está a saúde pública da cidade e a falta de profissionais. “Em outubro do ano passado aprovamos um Projeto que autorizava a realização de concurso público para a contratação de médicos para atender. Já se passaram seis meses e nem a empresa para realizar o processo seletivo foi contratada ainda”, argumentou na ocasião.
Para a vereadora Ivete Cuenca é preciso mais atenção com os pacientes que procuram a unidade hospitalar. “Tem que ter respeito com as pessoas. Precisamos se espelhar em exemplos que dão certo. A cidade vizinha de Taguaí (SP) já recebeu dois prêmios de gestão em qualidade de atendimento. Podíamos pegar estas situações para podermos copiar”, desabafa.

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